25 outubro, 2007

DEMÉTER, A DEUSA MÃE....






Recebi ontem um depoimento no orkut de uma amiga, a Márcia, que tem um blog muito bacana (http://www.oca-oficinadecomunicaoalternativa.blogspot.com/ ) dizendo que eu era "uma Deméter". Pergunteo o que queria dizer isso, e ela falou que eu ia ter que pesquisar...


E não é que eu pesquisei? E adorei!!!




Deméter: Deusa das colheitas, dispensadora dos cereais e dos frutos, negou seus dons quando Zeus permitiu que Hades lhe levasse a filha, Perséfone, para o inferno. Houve fome até que se chegou a um acordo.
Perséfone só passaria no inferno um terço do ano. Deméter se abrandou e as colheitas tornaram a florescer.
Deusa da fertilidade e patrona dos mistérios na mitologia grega, Deméter é sempre desenhada na figura de uma mulher bonita, madura e séria. Seus símbolos são espigas de milho e uma tocha...


Indica ainda, o oculto, misterioso ou paranormal. Deméter ou a grande mãe, é representada pela lua cheia, é a deusa mãe, o grande ventre da Terra, símbolo do amor incondicional, da energia e da afetuosidade.
Quando Deméter está no sentido invertido, expressa como todas as outras cartas, traços negativos, superstição, exacerbada, esterilidade, experiência sem sucesso, sentimento de posse pelos filhos em excesso ou abandono do dever e futilidade.




Outra referência de Deméter, tirado de um site sobre rituais Wicca:


Não é difícil achar Deméter, pois ela sempre estará rodeada de crianças. É aquela faz e distribui o pão, que passa a noite acordada cuidando do filho doente, que cozinha, que lava e passa e que ainda tem reservas inesgotáveis de energia. Deméter é mais que uma mãe biológica, pois não é ter filhos que a faz mãe, é sua atitude, sua maneira instintiva de cuidar de tudo que é pueril, pequeno, carente e sem defesa. Deméter é pura dedicação e doação, sentimentos que conhecemos como "carinho de mãe".


É importante dizer que há algo de singular no carinho materno de Deméter. Isso não quer dizer que as outras deusas não possam ser mães, mas para Deméter ser mãe é tudo. Afrodite é uma mãe sensual que adora vestir os filhos e "curtir" um cinema. As Artemis tem uma meiguice selvagem e tratam seus filhos como filhotes de fera. Atena mal pode esperar que eles falem para conversar e estimular sua educação. Perséfone também é profundamente envolvida com os filhos, mas de maneira mais psíquica eintuitiva. A mãe Hera é tão cheia de regras, censuras e expectativas que resta pouca ternura para criar seus filhos. Somente Deméter se identifica plenamente com a maternidade, quase à exclusão dos outros interesses.
Ela é tão envolvida com o fato de ser mãe que não arranja tempo para comprar um vestido novo, ir ao cabeleireiro e outras atividades que toda a mulher gosta de fazer para si mesma. Deméter se sente totalmente realizada fazendo o que faz, sendo mãe.


O instinto para acalentar que existe em Deméter pode ser facilmente identificado em meninas brincando com bonecas. Uma vez jovem, Deméter é tão identificada com a mãe, que haverá uma relação quase simbiótica entre ambas.Mas por mais belo que pareça este quadro de Deméter se realizando como mãe, ele está muito longe de ser uma realidade para a maioria das mães modernas. As pressões físicas e econômicas da mera subsistência tendem a exigir que as mulheres grávidas trabalhem até o dia do parto. Ficam licenciadas por um determinado tempo e são obrigadas a retornarem ao trabalho, sem a menor possibilidade de dar a devida atenção aos seus bebês.




A MÁRCIA ESTAVA CERTA! EU ME ENCONTREI COMO DEMÉTER.


ENCONTREI DEMÉTER DUAS VEZES: PRIMEIRA QUANDO A MARINA E O MAURÍCIO VIERAM MORAR COMIGO


E AGORA, QUANDO NASCEU A SOFIA.


A DIFERENÇA É QUE COM A SOFIA PUDE ME ENTREGAR POR INTEIRO, DIANTE DA FRAGILIDADE DAQUELE PEQUENO SER; PUDE PARÍ-LA, AMAMENTÁ-LA, DAR-LHE, ALÉM DO MEU LEITE, TODO O MEU ÂMAGO, A MINHA INTENÇÃO, A MINHA ATENÇÃO...




E SABEM O QUE É LEGAL? DESCOBRI A MULHER QUE EU SEMPRE BUSCAVA.


DESCOBRI UM SENTIDO PARA A VIDA


NASCI COMO MULHER E COMO DEUSA: A DEUSA DEMÉTER... A DEUSA MÃE... A QUE FLORESCE A NUTRIÇÃO...


E, MESMO COM AS INTENPÉRIES DA MODERNIDADE, DAS DIFICULDADES DE SER MÃE NO MUNDO MODERNO, A MATERNIDADE SÓ ME ACRESCENTOU, E FIZ A ESCOLHA DE ESTAR COM MINHA FILHA: A SABEDORIA... A DOCE SOFIA...

07 setembro, 2007





A Lú é minha amiga mais antiga... A conheço desde 1984, e o amor por ela só aumentou.


Por anos, nos falamos por carta, telefone, e-mail...


Hoje, essa amiga de infância, que é amiga de adolescência e de adulto, rs, virou amiga da vida toda.


Querida, infelizmente, essa vida louca não me permite estar presente como eu gostaria, mas saiba que você está no meu coração, na minha vida diariamente, e que te amo muito. Obrigada por tudo sempre!


Amiga, desejo tudo de bom pra vc....

UM SOL DIFERENTE.
Desejo a você um sol diferente.
Que apesar de todas as dificuldades, apesar de todas as tristezas que insistem, que mesmo com essa montanha erguida, o sol possa ser seu presente mais doce.
Desejo ao seu coração o querer que ele quer.
Que nas palavras que ele sussurra dentro do seu peito sejam ouvidas aquelas que têm sabor de liberdade.
Que você esteja atento para o sopro da sua vontade real. E jamais desista dos seus passos em direção à verdade.
Desejo que sua percepção acorde mais plena no calor de um sol novo e renovador, que ele lhe encoraje as atitudes que estão querendo respirar.
Aquelas que sempre são substituídas. Aquelas que não se arrojam por ter os pesos de conceitos por demais antigos.
Desejo que você aceite seu tempo, seja ele qual for.
Que sinta serenidade na espera necessária para que a semente plantada brote no tempo certo.
Desejo então que sua flor seja inteira. E mesmo que inicialmente pequena e frágil, ela lhe traga as luzes de uma estrada azul que sua sabedoria esteja desperta aguardando com tranqüilidade o desabrochar da sua flor.
Em paz, em cadência ritmada. Com o aprendizado que vem chegando. Em mais suaves permissões a você. Em muito mais reconhecimento da sua coragem.
Desejo a você um sol diferente.
Espalhando seu sorriso pela densidade das nuvens.
Simplificando o aspecto complicado de alguns momentos.
E mostrando-lhe a fonte essencial para sua sede.
Desejo que a cada instante você desnude mais seu coração.
E deixe que nele vibre em tom maior: O AMOR
O amor na sua expressão mais simples, que não mede, não faz contas.E que tem o poder de lhe erguer acima de todas as montanhas escuras.

23 agosto, 2007

AS DIVINAS TETAS


Quando engravidei nunca tinha ouvido falar sobre livre demanda. Achava que bebê tinha que ter horário para mamar, dormir, acordar, e bradava que minha filha dormiria sempre no quarto dela, desde o primeiro dia de vida. Uma amiga minha falou que meu pensamento mudaria. Mudou, e muito!!
Grávida, entrei para a lista da materna e ouvi pela primeira vez o termo livre demanda. Foi num e-mail da Analy, e achei a idéia interessante, mas confesso que achava esquisita a idéia de não ter “disciplina” para amamentar. Quando a Sofia nasceu, a Vilma me ensinou carinhosamente sobre a livre demanda, me disse também que, no início, seria mais fácil minha filha ficar comigo na minha cama, para a Sofia e para mim, que não teria que levantar toda hora já que eu ia amamentá-la em livre demanda.
Pensei muito no que este termo queria dizer, e me convenci da idéia de que a gente aprende sobre a vida aos poucos, e logicamente assim também seria pra minha filha. Eu não tenho horários rígidos para me alimentar, tomo café da manhã quando acordo. Almoço quando sinto fome. Sempre belisco alguma coisa de tarde. Janto às vezes ás 18h, ou às 20h ou às 22h, então porque é que minha filha tinha que ser disciplinada em horários que me atendesse ou às convicções médicas de hoje desde tão pequena?
Aí, percebi que era um gesto de amor e respeito à Sofia amamentá-la em livre demanda e vou explicar porque: cada ser humano tem seu jeito, seu relógio biológico, então, se quero criar um ser humano livre deveria começar por aí, respeitando a fome dela.
Logo nos primeiros dias, percebi que, além da fome, minha filha queria sugar, queria aconchego, queria ficar comigo... Decidi não dar chupeta porque acredito que seria enganá-la desde cedo! Além do mais, todos os instantes de vida da Sofia foram ligados a mim pelo cordão umbilical, então eu não aceitava no meu coração apartá-la brutalmente impondo horários para ela estar junto de mim. Acreditava, e ainda acredito, que a segurança dela vai acontecer aos poucos. Ora, ainda adulta tenho medos tão infantis (como de escuro, ou ficar só às vezes), o que pensaria a Sofia que está descobrindo o mundo agora? Porque exigir dela uma maturidade incompatível com a idade dela? Porque impor padrões de horários?
Cada ser humano tem uma altura, uma cor, um cheiro, um peso... Também um bebê tem seu ritmo, e, ao se sentir seguro vai estabelecer sua rotina.
Acontece que, como a maioria das mulheres de hoje, tive que voltar a trabalhar, e logo! Voltei a trabalhar no dia que a Sofia nasceu.
Fazia petições com ela grudada no peito no computador. Com 15 dias de vida, ela já tinha ido ao Fórum duas vezes comigo (no sling e mamando o tempo todo), e, com 20 dias, me acompanhou em uma audiência.
Mas, por vezes, o assunto da audiência era um pouco pesado e não a queria naquele ambiente tenso. Por isso, desde quando a Sofia fez uma semana de vida, comecei a tirar leite e estocar. No início, era uma tortura: tirava 20, 30 e no máximo 40ml por vez. Mas tirava várias vezes ao dia (com uma bombinha que a Raquel me emprestou, até que consegui alugar a Medela), e acordava de madrugada para tirar leite. Bebia água, muita água. E pensava muito na minha filha quando tirava o líquido sagrado.
A primeira vez que me ausentei e não a levei ela tinha 15 dias, e mamou o leite que deixei no copinho. E ela gostou!!! Não recusou e reconheceu o meu leite. A Dona Cida, o anjo que me ajuda a cuidar da minha filha, nunca deu mamadeira para nenhum dos seus 06 filhos, doava leite e dava leite pra eles no copinho. Então, foi fácil. E, até hoje, a Sofia nunca usou uma mamadeira na vida, e nem chupeta.
Eu nunca tive estoque de leite porque a amamentei exclusivamente até os 06 meses, dava leite em livre demanda. Quando eu saía, era para dar leite a hora que ela quisesse. Livre demanda no copinho também! Por isso, eu tirava hoje o leite de amanhã! Por raras vezes eu tive potinho no congelador por mais de um dia. E sempre fiz assim.
Quando eu podia, levava a Sofia no sling comigo: de carro, de trem, metrô, ônibus... da forma que fosse, ela estava lá: firme e forte no sling, acordava, mamava e dormia!
Nunca passei nenhum constrangimento em amamentar minha filha em livre demanda e nem em público. E era muito mais prático: não precisava de mamadeira, esquentar leite, potes com pozinho, esterilizar (a não ser os potes da bomba medela). Sou ferrenha defensora dos direitos da mulher de ter um sling e seu filho consigo.
E no meio da noite era muito fácil: no calor dormia sem blusa, ela se encostava a mim, mamava e dali a pouco, estávamos nós duas dormindo. Meu marido relatou que, por diversas vezes, acordou e me viu dormindo com a Sofia mamando. E eu nem sentia.
Hoje, a Sofia está com quase 10 meses. Almoça, janta, come fruta, toma suco, e mama. Mama muito, a hora que ela quer!!! Quando ela não está comigo, continua tomando o leite que eu tiro e no copinho (sem bico), mas toma 02 vezes no dia. Depois, quando fico com ela depois das 17h, ela mama, brinca, mama, come, mama, brinca, cochila, brinca, mama e dorme. Se ela está bem (sem dentes nascendo, sem gripe) acorda por volta da 01h da manhã, mama 15 minutos e volta pro berço (grudado na minha cama). Acorda por volta das 06h e vai pra cama, onde fica mamando e brincando até 08:30 – 09:00h quando a Cida chega, e a gente se aparta um pouquinho e vou trabalhar.
Nos finais de semana ela mama mais, até porque está comigo direto. Mas, se fica com minha mãe, ou com meu marido, ou meus enteados, fica muito bem. Às vezes nem quer leite...
Eu trabalhei até o dia 03/08 por volta das 22h, já com bolsa rompida. A Sofia nasceu às 03:57h, e por volta das 10:30h da manhã eu já estava fazendo um prazo. Não acho isso adequado, gostaria de não ter precisado correr tanto, poder ficar com ela pelo menos 03 meses exclusivamente, mas minha vida não aconteceu assim... Talvez para o próximo filho.
Mas, mesmo assim, sempre mantive a livre demanda, e não há quem me faça abrir mão disso. Vou amamentar a Sofia em livre demanda até o dia que ela quiser, e tenho certeza que isso a fará um ser humano mais seguro.
Minha filha é ativa, bastante independente, alegre, brincalhona, e acredito que isso é assim porque os tempos dela são respeitados. Ela vai construir a vida dela segura porque é livre, e não tem pressa, não tem formatação.
Costumo brincar que a Sofia é feliz porque só toma leite de vaca feliz... E ela só toma meu leite, rs... A vaca das divinas tetas!!!

31 maio, 2007

Passarinho canta na gaiola????





3ª feira me ligou a esposa de um cliente, chorando muito. O marido fora preso e ela não sabia dizer o porquê.
Esse meu cliente é um homem de 48 anos de idade, empresário, trabalhador, pai de um casal de filhos (22 e 18 anos), com residência fixa, e etc. A história: meu cliente comprou um veículo de uma pessoa (um amigo) e passou para outra. Sabia que esse veículo estava com o licenciamento atrasado, e, para deixar tudo certinho, levou um carro para um despachante fazer a vistoria no CIRETRAN e regularizar tudo.
O despachante ligou pra ele e disse que tinha problemas na documentação, que era pro meu cliente encontrá-lo numa certa delegacia de uma cidade encostada na nossa. E lá foi o meu cliente, de boa-fé, ver o que tinha acontecido.
Lá chegando, o despachante e o investigador lhe pediram uma “contribuição” de R$ 1.500,00 para “liberar” o documento, caso contrário, teria que fazer B.O. Meu cliente, indignado, disse que não pagaria nada. O Sr. Delegado pediu que ele esperasse que iriam fazer o B.O., mas tinham dois na frente.
Tomado de ímpeto e P da vida com quem lhe vendera o carro, meu cliente pegou os papéis, a chave do carro, saiu andando tranqüilamente do DP, entrou no carro e foi embora. Deixou o veículo no estacionamento de um grande supermercado da região, e foi pra casa a fim de localizar o amigo que lhe vendera o abacaxi.
10 minutos depois aparecem na casa dele 04 investigadores, armados, gritando, com o conhecido do meu cliente algemado e chorando no camburão, e prenderam o meu cliente (que, assustado, tentou fugir pulando o muro de casa, mas não deu certo).
Bom, lá vai eu pra Delegacia daquela cidade. Delegado simpático, porém extremamente irritado dizendo que meu cliente subtraiu documento público, furtou um veículo e recebeu carro objeto de furto (o motor do carro que ele comprou tinha queixa de furto). Lógico que o doutor estava irritado: como poderia explicar para seu superior que uma pessoa desarmada consegue sair com uma documentação da delegacia, andando calmamente, sem emprego de violência, e ninguém lhe abordou? Incompetência do meu cliente, né?
Cheguei lá 14h, e saí de lá 22:30h com meu cliente preso em flagrante delito como incurso nos artigos 337, 155 e 180 do Código Penal (traduzindo: subtração de documento público, furto e receptação). Por serem crimes gravíssimos, apenados com reclusão, não cabia fiança. A testemunha foi mantida na cela até 20hs (testemunha na cela???? Essa é inovação do Direito Penal). Depois do depoimento, meu cliente (que ficara o tempo todo sem algemas) pediu pra se despedir de esposa e filhos (que estavam comigo), e o colega delegado mandou então que ele fosse algemado.
_Pra quê, doutor? Ele ficou sem algemas até agora!!! Advoguei
_Ah, vai que a família resolve levá-lo pra passear? Além disso, é bom que os filhos vejam quem é o pai que eles têm! Retrucou o aplicador das leis.
Bom, esse meu cliente eu conheço há mais de 05 anos. A família dele freqüenta minha casa e vice-versa. Vê-lo algemado, pedindo desculpas sei lá do que para a esposa e filhos, embrulhou meu estômago. Saí chorando. Será que o delegado achava que a família dele ia tentar capturá-lo com 02 pacotes de bolacha, 02 garrafas de água de 500ml, um livro de oração e um terço??? Acho que sim... Não teve pizza naquele dia.
Saímos de lá e viemos pro escritório pra discutirmos os próximos trâmites. Entramos em contato com um advogado criminalista da região, muito gente boa, mas com um trabalho bem diferente do meu (“passarinho só canta quando está na gaiola)”.
Fizemos os acertos e lá foi a família do meu cliente levantar “os meios” para que meu cliente não fosse encaminhado ao Cadeião e não pegasse o bonde.
Passei o dia de ontem no fórum para ver se conseguia a liberdade provisória. O promotor opinou pela liberdade porque achava muito estranho uma pessoa que representasse risco grave à sociedade (como relatou o delegado) sair livremente da delegacia, andando, ir pra casa, e, mais ainda, levar um carro com o motor roubado para fazer vistoria no CIRETRAN. Para o promotor, estava óbvia a confusão. O juiz concedeu a liberdade provisória e tiramos meu cliente da cadeia já era mais de 20h. A família chorava muito, ele estava acabado, abalado, sujo (na cadeia não tem vaso sanitário, papel higiênico, luz, cobertor), um homem de cabeça baixa, me chamando de “Sim senhora!”, com a vida completamente alterada porque não quis fazer o acerto! A família está gastando mais de R$ 1.500,00 com certeza. Só para ele não pegar o bonde para o cadeião....
Passamos numa igreja e cheguei em casa, 22h00, e fui amamentar minha filha.
Eu estava exausta. Abracei minha filha e fiquei feliz por que, apesar de todas as dificuldades que vivo, não dependo de ver um passarinho preso na gaiola para ganhar meu sustento.
Um pai de família que se atrapalhou porque não quis pagar para liberar um documento, e agora, além de uma terrível experiência de uma noite passada na cadeia, onde o nosso péssimo sistema carcerário induz à escolarização do crime, dos maus tratos, da corrupção, da vantagem pelo tráfico de influência, responde a 03 processos criminais.
Só isso...
Aprendi o que é o bonde.
O que é o passarinho cantar na gaiola.
E o qual o preço da liberdade!
Pelo menos, meu trabalho é honesto, digno, e, modéstia à parte, bem feito.

27 maio, 2007

SOLIDÃO



Do Houaiss


substantivo feminino
1 estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só; isolamento
Ex.: vive na mais negra s.
2 caráter dos locais ermos, solitários
Ex.: em meio à s. do deserto
3 local despovoado e solitário; retiro
4 vasto espaço ermo, sem população humana
Ex.: s. do mar, da taiga, da floresta etc.
5 sensação ou situação de quem vive afastado do mundo ou isolado em meio a um grupo social
Ex.: quanto mais gente, maior a sua s.

07 maio, 2007




Drão

O amor da gente é como um grão

Uma semente de ilusão

Tem que morrer pra germinar

Plantar n'algum lugar

Ressucitar no chão

Nossa semeadura

Quem poderá fazer

Aquele amor morrer?

Nossa caminhadura

Dura caminhada

Pela estrada escura


Drão

Não pense na separação

Não despedace o coração

O verdadeiro amor é vão

Entende-se infinito

Imenso monolito

Nossa arquitetura

Quem poderá fazer

Aquele amor morrer

Nossa caminha dura

Cama de tatame

Pela vida afora


Drão

Os meninos são todos sãos

Os pecados são todos meus

Deus sabe a minha confissão

Não há o que perdoar

Por isso mesmo é que há

De haver mais compaixão

Quem poderá fazer

Aquele amor morrer

Se o amor é como um grão?

Morre nasce trigo

Vive morre pão

Drão, Drão

17 abril, 2007

SINAL DOS TEMPOS...

Domingo, 22 de abril, estarei fazendo 33 anos. Jesus Cristo tinha 33 anos quando foi batizado e zilhões de coisas aconteceram com ele.
Quero esclarecer que, em momento algum, estou me comparando a Jesus que é incomparável, mas o fato é Jesus tem sido um elemento simbólico nesses últimos tempos, e tenho discutido erm terapia o simbolismo de fazer 33 anos, o nascimento da Sofia, a reforma em casa, no meu trabalho, a amamentação, o Grupo MATRICE e tantas outros fatos que me trazem um batismo!
E fiquei feliz. Porque, batizar, para mim, é nascer de novo! É o simbolismo de poder recomeçar, de novamente tentar, errar e acertar.
Quando eu tinha 15 anos imaginava que seria uma velha aos 33. E, nesse final de semana, onde aconteceram coisas especiais na vida do Mau (meu enteado que amo), ficamos eu, a Marina e o Mau conversando sobre crescimento, amadurecimento...enquanto a Sofia dormia, ainda manhosinha pela roséola que ela pegou (primeira doença que também é para o crescimento dela), e o João descansava depois do curso de Alquimia no final de semana e de atender um paciente que estava surtado durante todo o domingo, mas que saiu bem de casa, após nossa companhia e a terapia (um moço novo, muito triste com o final de um relacionamento).
Aí, pensei o quanto já fiquei como aquele rapaz, e o quanto o Maurício enfrenta os novos desafios de sua vida com uma maturidade invejável, quisera eu ter sido como ele... uma invejinha saudável.
Mas, não fui como ele! Sempre fui como eu (rs): intensa, apaixonada, exagerada. Daí pensei que é por isso que não me sinto velha aos 33 anos, pelo contrário: sinto como se tivesse nascido de novo, para uma nova vida. Me despeço dos 32 anos me sentindo mais jovem do que estava antes, mas com uma maturidade que desconhecia e que me permite hoje me despir de tantos preconceitos...
Passei o final de semana amamentando a Sofia, ao lado dela, vendo-a subir a escada de casa pela primeira vez no domingo, e percebi como a vida passa rápido, e é só ficar disponível que surge um grande prazer!
E, como tudo passa rápido, nem me dei conta que o dia 12 de abril passou. Uma data que era tão difícil de esquecer, uma certa festa da paixão que me deixou uma cicatriz da violência da qual fui vítima 09 anos atrás, e nem me dei conta. Que legal! Só ontem eu vi que dia 12 já tinha passado e que eu não tinha notado. Meu corpo notou porque sangrei, como em todos os anos, mas na minha mente, não teve espaço para uma comemoração tão mórbida como sempre ocorria.
  • Dia 12 eu comemorei que a Sofia comeu fruta pela primeira vez, fez não com a cabeça, e passou a engatinhar certinho;
  • Dia 12 eu comemorei que o Maurício deu um grande passo em sua vida;
  • Dia 12 eu comemorei a alegria da Marina com o curso técnico e com os novos amigos;
  • E dia 12 eu comemorei que meu marido cancelou os clientes dele e ficou comigo à noite comendo pizza, e nem me toquei o porquê!
Aí me dei conta: tudo passou e sou uma mulher melhor hoje.
Que seja assim sempre, é o sinal dos novos tempos...

09 abril, 2007


E é assim que eu começo esse blog, que levou tanto tempo pra sair...
Pensei em dizer sobre todas as mudanças que estão acontecendo na minha vida, mas fica pra outra hora!
O que melhor eu poderia dizer ou mostrar, senão o motivo de tantas transformações???
Sofia...
Feliz da Marina ao escolher esse nome para minha filha.
Do grego sabedoria, não imaginava que tanto disso me traria.
A sabedoria de nascer como pessoa...
A Sabedoria de nascer como mulher...
A sabedoria de ser um novo indivíduo...
Como isso em tão pouco tempo???
Como isso tão fulgaz??
Só assim mesmo, como explica a foto.
Um sorriso por um sorriso,
Uma alegria por outra alegria,
e é tudo isso agora que a vida me traz!