Vi essa notícia no Consutor Jurídico (http://conjur.estadao.com.br/static/text/62893,1):
"Os normais
Mãe adotiva perde guarda de filho por ser transexual
Por ser transexual, a cabelereira Roberta Góes Luiz, de 30 anos, perdeu a guarda de um bebê de 11 meses adotado por ela e por seu companheiro em São José do Rio Preto (SP). A decisão é do Tribunal de Justiça de São Paulo, que acolheu recurso do Ministério Público paulista. No pedido para retirada da guarda da criança, o promotor Cláudio Santos Moraes considerou o casal “anormal”. Com a decisão a criança foi enviada para um abrigo até ser determinada a guarda definitiva.
No processo, o promotor argumentou que a criança não levaria uma vida “normal” sem a presença de um pai e de uma mãe. Alegou, ainda, que a criança poderá ficar revoltada quando descobrir que foi criada por uma família homossexual. “É uma convicção minha. Uma família normal tem mãe mulher e pai homem. Roberta é homem. Uma criança não pode viver neste ambiente, precisa de uma família decente. O dia em que eu, como promotor, não puder fazer prevalecer minha convicção, desisto”, disse o promotor ao jornal Bom Dia de São José do Rio Preto.
Segundo Moraes, ele não quer ser culpado, caso a criança, não se sinta feliz, no futuro, de ter sido adotada por um casal de homossexuais. Para ele, o menino precisa de pais adotivos que tenham condições morais, sociais e psicológicas e por ser "anormal", o casal não tem condições sociais para adotar uma criança.
A guarda provisória fora autorizada pela Justiça de São Jose do Rio Preto com base em laudo psicossocial, informou o advogado do casal, Rogério dos Santos. O promotor entrou, então, com pedido para reitrada da guarda da criança na Vara da Infância e da Juventude. O juiz Osni Assis Pereira negou o pedido.
Roberta passou por um procedimento de readequação sexual (mudança de sexo), o que se dá através de uma cirurgia feita só depois de se submeter o paciente a uma série de exames multidisciplinares (avaliações psicológicas, psiquiátricas, físicas etc). Ela ainda não conseguiu, no entanto, mudar o seu sexo nos documentos pessoais"
Mãe adotiva perde guarda de filho por ser transexual
Por ser transexual, a cabelereira Roberta Góes Luiz, de 30 anos, perdeu a guarda de um bebê de 11 meses adotado por ela e por seu companheiro em São José do Rio Preto (SP). A decisão é do Tribunal de Justiça de São Paulo, que acolheu recurso do Ministério Público paulista. No pedido para retirada da guarda da criança, o promotor Cláudio Santos Moraes considerou o casal “anormal”. Com a decisão a criança foi enviada para um abrigo até ser determinada a guarda definitiva.
No processo, o promotor argumentou que a criança não levaria uma vida “normal” sem a presença de um pai e de uma mãe. Alegou, ainda, que a criança poderá ficar revoltada quando descobrir que foi criada por uma família homossexual. “É uma convicção minha. Uma família normal tem mãe mulher e pai homem. Roberta é homem. Uma criança não pode viver neste ambiente, precisa de uma família decente. O dia em que eu, como promotor, não puder fazer prevalecer minha convicção, desisto”, disse o promotor ao jornal Bom Dia de São José do Rio Preto.
Segundo Moraes, ele não quer ser culpado, caso a criança, não se sinta feliz, no futuro, de ter sido adotada por um casal de homossexuais. Para ele, o menino precisa de pais adotivos que tenham condições morais, sociais e psicológicas e por ser "anormal", o casal não tem condições sociais para adotar uma criança.
A guarda provisória fora autorizada pela Justiça de São Jose do Rio Preto com base em laudo psicossocial, informou o advogado do casal, Rogério dos Santos. O promotor entrou, então, com pedido para reitrada da guarda da criança na Vara da Infância e da Juventude. O juiz Osni Assis Pereira negou o pedido.
Roberta passou por um procedimento de readequação sexual (mudança de sexo), o que se dá através de uma cirurgia feita só depois de se submeter o paciente a uma série de exames multidisciplinares (avaliações psicológicas, psiquiátricas, físicas etc). Ela ainda não conseguiu, no entanto, mudar o seu sexo nos documentos pessoais"
QUE ABSURDO! QUE DESSERVIÇO! QUE INTOLERÂNCIA...
No ano passado - 2007 - uma cliente e amiga que chegou até meu escritório por intermédio de uma mestra muito querida, teve a felicidade de tirar sua nova certidão de nascimento: onde constava sexo masculino agora consta sexo feminino. O RG dela é novo! A vida dela é nova! ENFIM, ESSA MULHER TEVE O DIREITO DE SE ADEQUAR AO QUE REALMENTE FOI A VIDA TODA, E PODER FICAR LIVRE DO PRECONCEITO E DA DESUMANIDADE AO SE MOSTRAR MULHER E POSSUIR O NOME E A IDENTIDADE DE UM HOMEM.
Foi um processo lindo, rápido, claro e bem feito. Por mim, mas, principalmente, pelos Juízes e Promotores da 4ª Vara Cível do Forum da Lapa que, DESPIDOS DE PRÉ CONCEITOS ARCAICOS E CONSERVADORES, entenderam que um transexual precisa se adequar ao que realmente é. E, tanto o Promotor quanto o Juiz, disseram que o Estado deveria devolver à minha cliente a dignidade perdida; colocá-la à salvo de humilhações e situações vexatórias, porque ela era uma mulher, ainda que no registro fosse homem, ainda que seus órgãos masculinos existissem atrofiados, ainda que tenha sido necessário mais de 10 anos de tratamento no Hospital das Clínicas e uma cirurgia para lhe permitir ser o que realmente era. Meus parabéns ao Promotor e ao Juiz que entenderam que transexual é diferente de homossexual.
E que pena que o promotor de São josé do Rio Preto tenha a cabeça tão pequena, não seja capaz de estudar o assunto (e existem diversos artigos científicos na Internet sobre transexualismo; um grande trabalho na Vara de Registros Públicos de Salvador, e, muita, muita doutrina para demonstrar o quanto o parquet está redondamente enganado!), e, para reprimir a sua sombra (certamente o preconceito dele é uma sombra, como nos diz Carl Gustav Jung...) SEQUESTRA DO LAR UM BEBÊ DE 11 MESES QUE POSSUÍA VÍNCULO COM SUA MÃE E PAI DESDE OS 03 MESES DE IDADE. Diz que a família que adotou o bebê é ANORMAL e que o dia em que não puder fazer nada como promotor, ele desiste (bem que o MP Paulista poderia entender essa declaração como pedido de exoneração...)
Gente, e minha família lá é normal? Casal com diferença de idade de 16 anos, pai que consegue a guarda dos filhos do primeiro casamento e trazem para este, filha bebê que nasce em casa com parteira, não toma remédio e é homeopata, amamentação em livre demanda até o dia que ela quiser, ex-esposa que almoça com a atual, o ex-maridos, os filhos e a nova filha do ex-marido; todos os membros da família fazem terapia Jungiana... ISSO É NORMAL??? O que este promotor pode fazer, tirar a guarda da minha filha???
QUAL É O LIMITE DA NORMALIDADE?? VIVER NA MATRIX??SER IGUAL? NÃO ACEITAR A DIFERENÇA??
E, quem mais perdeu nessa história??? UM PEQUENO BEBÊ, DE 11 MESES, QUE AGORA VAI PARA A FILA DA ESTATÍSTICA DOS NOSSOS EXCELENTES ABRIGOS PARA MENORES ABANDONADOS. O PEQUENO BEBÊ FICOU CHUPANDO O DEDO...
É o fim da picada.
Se PREPAREM! OS AGENTES SMITHS CHEGARAM...
3 comentários:
Não tem outra forma de nascer uma criança se não houver participação masculina e feminina.
Infelizmente estão querendo fazer a população brasileira engolir, a todo custo, essa "cultura gay". Podem chamar de preconceito, de homofobia, que aliás, 99% das pessoas não sabe nem por onde passa essa palavra, mas não tem como NINGUÉM afirmar que ser homossexual é "normal". Muito menos, no caso específico, de Rio Preto, um travestido de mulher querer adotar uma criança. Concordo plenamente com o Promotor. Uma criança tem que ser criada num ambiente normal. Quando esse menino chegar à adolescência, como vai explicar para os colegas que a "mãe" é homem. Ninguém tem nada a ver com a vida de ninguém, se são maiores de idade, mas, submeter uma criança a essa situação, é dever da Justiça ficar atenta. Infelizmente o conceito de família está totalmente deturpado.
Oi Anônimo, adoraria saber quem vc é. É que sou nova nesse mundo de blog e adoro saber quem me visita.
Sim, vc tem razão sobre dizer que a forma de nascer uma criança depende de um homem e de uma mulher. Sim, é lógico e é biológico. Também acho que não deve ser fácil para uma criança ter pai e mãe homossexuais, só porque foge da nossa cultura do que é normal.
Mas o caso de Ribeirão Preto, é intolerância pura. Mesmo! Eu conheço e trabalhei para uma pessoa que nasceu com um pequeno pênis, e foi registrado como homem. Nunca teve esperma. Nunca teve ereção. Ao invés de gônadas tinha ovários atrofiados. Essa pessoa NUNCA produziu hormônios masculinos suficientes para dizer que era homem, e produzia hormônio feminino igual a de uma menina na puberdade. A pessoa tem seios (naturais) e tinha o desenho de uma vagina. O que essa pessoa era?? Homem, como no registro? Ou travesti como o preconceito prefere dizer???
Não, essa pessoa é uma mulher, comprovada através de exames médicos no Hospital das Clínicas, apesar de lhe faltar o cromossomo que a torna mulher. Essa pessoa hoje é uma mulher no RG e na certidão de nascimento. Deveria pagar o preço pelo resto de sua vida por uma avaliação errada quando nasceu?
E, agora, sendo mulher, não pode adotar uma criança?
A criança vai estar melhor na rua ou num abrigo do que em um lar com amor?? Certamente não. Amor independe de sexo, de classe social. Disposição para amar uma pessoa independe da opção sexual, porque homossexuais e travestis tb amam. Igual a mim, a você...
É o que eu penso. E acredito que temos muito a evoluir.
E obrigada pela sua visita e pelo seu comentário. Se vc ler meu blog, vai ver que eu acho que família pode ser de várias formas e amor de mãe não é só de quem pariu ou registrou, mas de quem possui o amor no coração.
Obrigada
Bom dia.
Poxa, só agora entrei no seu blog, queria ter visto na época alguém tão revoltada quanto eu! Eu li a reportagem na epoca e so conseguia pensar Meu Deus, que justiça é essa que tira a guarda de pais que amam a criança, mas deixam outros pais ("verdadeiros") maltratarem seus filhos a ponto de deixar um menino de 3 anos numa rodovia federal e a justiça manda tentar reaproximação com a familia?! é um absurdo, a criança só conhecia esta mae e este pai, ela os amava e o pai e a mae o amavam também! Absurdo por cima de absurdo, um preconceito que eu canso de escutar : se meu filho for gay mato ele! quem aguenta? nessas horas eu sempre pergunto, e vc preferiria o que? que ele fosse assassino? é muita falta de amor! é revoltante!
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