26 novembro, 2011
O espelho, os monstros e o príncipe!
14 novembro, 2011
DA RECIPROCIDADE
09 novembro, 2011
Das minhas loucuras
Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
... Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sa...be sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Oscar Wilde
10 junho, 2011
Para tudo que ainda não estiver resolvido em seu coração...
14 maio, 2011
E vivam as diferenças!
Essa semana foi muito intensa e feliz para mim. Depois de 03 meses, estive em São Paulo por uma semana, encontrei amigas queridas, tivemos conversas leves, outras profundas, e muito deliciosas. Para mim é uma satisfação as conversas sobre a maternidade, a sombra da maternidade, o feminino, o novo feminino... E, no meio disso tudo, o Mamaço – real e virtual, que tomou conta da mídia, do facebook. Você pode saber mais aqui: http://www.blogmamiferas.com.br/2011/05/mamaco-na-midia.html .
Amamento em todo lugar, em qualquer hora. Acompanhando a polêmica, me chamou a atenção as pessoas que não apóiam a idéia, mas o fazem através dos comentários nas notícias de maneira chula e grosseira. Eu queria muito entender a motivação das pessoas que se incomodam com a imagem/exposição de uma mãe amamentando, e por isso, recorri a um grupo de pessoas que considero inteligentes, com argumentos para entender o outro lado.
Ontem tive uma conversa sobre isso, e, para mim foi muito gratificante. Acredito que não existe unanimidade, há muito tempo sei como é viver com escolhas diferentes da grande maioria, e, ao invés de me incomodar, eu gosto de ouvir opiniões diferentes e embasadas. A conversa aconteceu com pessoas que eu admiro e respeito, e, em que pese eu pensar diferente, o papo rolou com muito respeito. Não quero aqui falar das opiniões que ali foram expressas porque não tenho autorização de ninguém de publicá-las e violaria o que eu considero importante: respeito à individualidade. Tampouco quero aqui rebater cada uma das opiniões dadas, porque não seria aqui o local e porque não preciso expor de forma unilateral minhas discordâncias. O que eu quero falar é sobre as diferenças e a importância do debate respeitoso de idéias, algo um tanto inexistente hoje em dia.
Há um tanto de anos, talvez desde que nasci – rs, me sinto diferente do que é comum. Desde a escola, na época da faculdade, sempre fui ativista. Do que? Oras, de qualquer coisa que eu achasse importante defender, divulgar, contestar. Não é pra menos que sou advogada, de natureza contestadora... as minhas diferenças apareceram mais nos últimos anos, com o casamento. Em primeiro lugar, por conseguir com meu marido a guarda dos meus enteados – então com 8 e 11 anos e encampar a idéia de construir uma família diferente, onde a má (!)drasta é na verdade boa-drasta e uma “mãe cover”. Na época não tinha literatura sobre isso, famílias como a minha não eram tão comuns. 13 anos se passaram e esse modelo de relação – felizmente – já não é mais novidade e nem causa estranheza. Que bom mudar conceitos!
Nessa mesma época uma grande mudança: abandonar de vez a alopatia e me render a uma vida de cuidados homeopáticos, para tudo e em todos os sentidos. Foram 10 anos sem nenhum remédio que não fosse homeopático. Ok, no último ano sobrou alguns comprimidos para dor de cabeça, mas de forma consciente de que era uma supressão de sintomas com os quais eu não queria lidar. Me tornar homeopata foi alvo de muita contestação de alguns amigos, da minha família... Ora, como assim “bolinhas” para tudo? É placebo! Não funciona! Sim, para mim, minha família e meus filhos, funciona sim. Poderia citar inúmeras situações, mas não preciso aqui convencer ninguém, aceito minha escolha diferente e vivo bem com ela, obrigada!
Depois, com a maternidade, um mundo de oportunidades novas se abriu na minha vida e me deixou ainda mais diferente da grande maioria da sociedade: parto em casa, amamentação em livre demanda, trabalhar com a filha, amamentar no fórum, carregar bebê no sling, cama compartilhada, empoderamento do feminino, educação alternativa, escola sem paredes, colocar minha filha em escola sem provas e avaliações, escola sem carteiras, escola onde aqui se brinca, ONG de amamentação, ONG de Parto Humanizado, ONG de cinema para mães com bebês, defesa em processos judiciais pelo direito da relação homoafetiva, da mudança de registro civil, alimentação orgânica, terapia junguiana, educação domiciliar, filmes que fazem pensar, livros alternativos, músicas eruditas, escolha detalhada do que meus filhos vão assistir na TV, locais escolhidos a dedo para eles frequentarem... uia! Tanta coisa diferente!
E, nessa forma diferente de viver, encontrei minha essência ao bancar minhas escolhas. De me aceitar como sou. De viver polêmica, mas sem alardear a polêmica. No princípio, eu defendia tudo com unhas e dentes, com voracidade como se precisasse que o mundo vivesse como eu, porque para ser diferente é preciso estar muito bem embasado, com argumentos para debates e respostas prontas para as suas escolhas. Também porque não bastava que eu fosse diferente, eu queria que o mundo fosse como eu. Talvez quisesse companhia das pessoas para não ser só nas minhas diferenças! Claro que, sempre que perguntam, exponho o meu ponto de vista, baseado nas minhas evidências e nas que eu conheço. Mas a minha bandeira, hasteio na minha vida e não precisa ser mais de outra forma!
Hoje, encontro satisfação nas minhas escolhas, sem mais precisar “brigar” para que pensem como eu. E dá sim uma tremenda satisfação quando vejo pipocar na mídia algo que “estranhamente” fazia anos atrás e era tão polêmico, e que hoje já está mais normal.
A Gisele Bunchen teve parto domiciliar.
Adriane Galisteu casou levando seu bebê num sling.
Outras tantas famosas tiveram parto humanizado.
Na contigo aparecem as famosas com seus bebês em slings.
Cláudia Leite usou bomba para extrair LM e continuar amamentando seu filho exclusivamente.
Cinematerna está no Brasil inteiro e saiu até na Caras.
Homeopatia já faz parte do atendimento no SUS.
Alimentos orgânicos são facilmente encontrados nas prateleiras de supermercado.
O grupo “Palavra cantada” é um tremendo sucesso e seus shows são lotados.
Arnaldo Antunes e até o Pato Fu lançaram Cds com músicas inteligentes para crianças.
Erotismo infantil e consumismo na TV começam a ser debatidos.
Parteira é profissão!
Educação democrática faz parte do currículo global.
Carl Jung virou referência.
Educação domiciliar é projeto de lei.
Registrar parto domiciliar é normal e não precisa mais de processo.
União homoafetiva agora é lei!
Ufa, já não sou mais tão diferente e meu mundo agora é mais normal.
E viva as diferenças! E os debates inteligentes.
11 abril, 2011
Se eu não conseguir demonstrar...
15 fevereiro, 2011
Bom dia, boa tarde e boa noite!
Como prometido às minhas amigas queridas, mando notícias do mundo de cá. Correria da mudança, arrumação de caixas, adaptação da vida nova... embora com bagunça e cansaço, tem sido muito bom estar nessa nova vida! A casa vazia me fez ver como meu menino engatinha, se desenvolveu velozmente, e adora a vida, ri para as formigas, acha tudo novo, curioso... Uma semana sem TV a cabo me mostrou como é bom olhar a lua, as estrelas, passear pela rua, ver a Sofia correr livre e solta sem maiores temores. Uma semana sem internet me fez ter saudade do mundo virtual, do contato com as amigas queridas que estavam tão perto pelo twitter e facebook, mas me levou a conhecer os vizinhos, conversar sem olhar no relógio, sem ter que interromper para atender ao telefone. Uma semana sem empregada me fez perceber o quanto tenho uma pessoa firme e valorosa na minha vida, uma mulher que vi menina e que me escolheu no coração e eu a escolhi para trilharmos o caminho de mãe e filha, de amigas, daquelas que estão no seu lado segurando a mão para o que der e vier. Uma semana sem telefone e alguns dias sem ver o marido me fez ter saudade e saber o quanto é bom ter um amor, sentir o coração bater forte no peito quando está na hora dele chegar, as pernas ficarem bambas como um adolescente quando se houve perto o barulho do carro, e correr para beijá-lo sentindo-se inteira e forte naquele abraço.
Bom, a vida aqui é muito legal, pelo menos por enquanto. Moro num condomínio de casas onde não se tem portão, tem bastante verde, muitas pessoas com cachorros mas não tem sujeira na rua, latidos irritantes de noite. Para dormir, um silêncio e uma brisa. Os moradores daqui, em sua maioria, são tremendamente simpáticos, dão bom dia, boa tarde e boa noite. As crianças correm soltas na rua, andam de bicicletas sem medo de serem atropeladas, caminhar de noite é quase um exercício irresistível. Uma churrasqueira em casa torna inevitável fazer churrasco (já foram 03, rs), o clube aqui dentro a um quarteirão e meio de casa nos leva a passar uma tarde na piscina, ver a menina sorrir e ainda fazer bolo de chocolate e pão de queijo para o lanche. Sim, eu cozinho sim... E agora tenho vontade. Além disso, ajudo no almoço, arrumo a casa, passo roupas. Parecem férias. Ué, mas eu não vim a trabalho? Sim, ainda trabalho! Nossa, onde estava meu pique todo? O que me faltava para ter ânimo e disposição para tanto fazer? Faltava leveza, impressão de vida feliz, faltava um pouco de "comercial de margarina" na minha vida. Meu marido, desconfiado e prevenido, diz que essa vida parece o "Show de Truman"...
De qualquer forma, sorrio daqui desejando: Bom dia, boa tarde e boa noite!
06 fevereiro, 2011
Só pra lembrar de como a vida deve ser...
Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação
Osvaldo Montenegro - http://youtu.be/Hf0epARAFJ8
29 janeiro, 2011
Obrigada, minhas amigas por tanto amor!
Às vezes eu reclamo demais da vida. E felizmente, em alguns momentos me dou conta do quanto pouco tenho para me queixar... Hoje uma amiga amada e querida fez para mim um post de despedida, de boa sorte, de saudade, de alegria e de tristeza. Ela publicou no blog dela, daqueles que eu leio todo dia e que já lia admirada antes de fazer parte da lista de amigos dessa mulher linda... textos que tantas vezes diziam de mim, e que uma vez conseguiu traduzir o mais profundo que eu queria falar num momento crucial e importante (utilizado com a devida autorização e fonte, claro!). Nossa, como eu queria ser amiga dela. Eu vibrava cada vez que aquela mulher respondia um scrap meu no Orkut, comentava um comentário, sorria quando me encontrava. E hoje ela escreveu e publicou um lindo post pra mim (http://bichosoltoblog.wordpress.com/2011/01/28/mande-noticias-do-mundo-de-la/ ). Não tenho do que me queixar. Construí nos últimos anos uma lista de lindas amigas. Aliás, eu não posso dizer que a vida não me trouxe amigos, seria injusto com a natureza. Partilho de bons amigos ao longo da minha vida, amigas com quem vivi ainda menina e que hoje nossas filhas brincam e se conhecem, amizade mantida e cultivada mesmo com mais de 15 anos de distância e quase 1.500 kilômetros, cultivadas através de longas cartas quando ainda não existia a mensagem instantânea e o telefone era coisa de poucos; amigas de cursinho que ainda hoje nos falamos e que nossas filhas brincam, amigos amados da época da faculdade, padrinhos do meu casamento que, apesar dos poucos encontros físicos, sei que estão aí para o que der e vier sempre (assim como estou pra eles), amigos de trabalhos antigos, amigos do trabalho novo, amiga que vira sócia, amigos que viram irmãos...
Hoje eu preciso falar dessas amizades cultivadas na minha vida nos últimos anos. Algumas pessoas não acreditam na relação virtual. Eu acredito. Faço parte de um grupo de mulheres que se encontrou na internet para falar do parto normal, do direito de um nascimento digno e humanizado, de como amamentar. E esse grupo se tornou íntimo. E falavam de gestar, parir, amamentar. E um dia quiseram falar de seus relacionamentos tb, e do que era difícil nele. E, para não falar de problemas com quem esperava a alegria de um filho, foram para um espaço virtual mais reservado. E ali falaram de tudo! Falaram de seus desejos, de seus anseios, de seus medos, de seus sonhos, de seus traumas, de voar, de fincar o pé no chão, de se prender, de se libertar... E o espaço virtual se tornou tão pequeno que essas mulheres precisaram se encontrar, e quando se encontraram já eram amigas. E os laços se fortaleceram. E essas mulheres se deram as mãos segurando umas às outras, ajudaram financeiramente quando algumas precisaram, mas ajudaram todos os dias, sem preconceitos, todas aquelas que pediram socorro. E abraçaram todas aquelas que se sentiam só. E voaram com aquelas que alçaram vôo. E se deprimiram quando uma se deprimia, para se solidarizar e levantar junto. E caíram quando uma caiu, só para ficar de pé ao seu lado. E cresceram, todas elas. E hoje fazem parte da vida uma da outra.
Às vezes umas ou outras não conseguem escrever sempre, mas estão ali. Às vezes umas ou outras não podem ir aos encontros, mas estão presentes na alma. Encontros regados de vontade de abraçar o que conhece através da tela do computador, com crianças correndo pela casa, pelo parque. Com boa comiida para nutrir o corpo enquanto os sorrisos e abraços nutrem a alma de amor, encontros que mostram o quanto a vida é boa, é cheia de vida, é vida e vida.
Essas mulheres me acompanharam nos últimos anos, desde o nascimento da Sofia quando nasceu em mim uma nova mulher. Quando pude despertar a minha alma. Essas mulheres conheceram minhas entranhas, minhas estranhas dúvidas, minhas fraquezas, minhas fortalezas. Partilharam meus tombos e meu sucesso. Me afagaram concordando e discordando. E hoje tenho grandes amigas.
Em 1987 me mudei de cidade, de Barra do Garças para São Paulo, uma despedida doída, triste. Mas meus amigos permanecem comigo até hoje, 24 anos depois, e nos falamos por Orkut, por telefone, pessoalmente... Agora a vida me brindou com novos vôos. Estou me mudando depois de tantos anos aprendendo a amar São Paulo, as pessoas daqui, toda essa urbanidade quente e acolhedora. Vou em razão do trabalho arriscar novos ares, novo mundo. Paulínia é pertinho daqui, amigas lindas e queridas me esperam lá e em Barão Geraldo para mais uma etapa de mim, mas amigos também ficam aqui. E hoje eu sinto alegria por ir, e tristeza por deixar esse lugar.
Então, minha querida amiga Rê, eu sei que você está aqui. Sei que minhas amigas da lista também continuam aqui. E com vocês eu conto da mesma forma de sempre, sabendo que posso vir correr quando o mundo ficar difícil para tornar o gigante um pequeno, venho correr até vocês para chorar de tristeza, para chorar de alegria. Para dividir o medo, para dividir o sucesso. Porque, amigos de verdade, como bem disse minha querida, dividem tudo, e estão sempre um do lado do outro. E eu também estarei lá. Para vocês conhecerem minha casa, meu novo mundo, e para nos encontrarmos com as crias, a boa comida, o sorriso, a roda de violão. E, quando a saudade apertar que a gente não agüentar no coração, temos o facebook, o skype, os e-mails que disfarçam o abraço apertado que não é possível dar com 105km de distância.
Minha amiga, obrigada pelo carinho, obrigada pelo amor. Minhas amigas queridas, obrigada por estarem ao meu lado, obrigada por caminharem comigo, e por fazerem o meu mundo um lugar muito bom a se viver. Mandarei notícias do mundo de lá sempre, e, como vocês estão no meu coração, saibam que estarão comigo lá e eu aqui com vocês. Porque amizade sincera não acaba, ela floresce e multiplica...
Amo vocês! Um beijo no coração.
Ana K