29 janeiro, 2011

Obrigada, minhas amigas por tanto amor!



Às vezes eu reclamo demais da vida. E felizmente, em alguns momentos me dou conta do quanto pouco tenho para me queixar... Hoje uma amiga amada e querida fez para mim um post de despedida, de boa sorte, de saudade, de alegria e de tristeza. Ela publicou no blog dela, daqueles que eu leio todo dia e que já lia admirada antes de fazer parte da lista de amigos dessa mulher linda... textos que tantas vezes diziam de mim, e que uma vez conseguiu traduzir o mais profundo que eu queria falar num momento crucial e importante (utilizado com a devida autorização e fonte, claro!). Nossa, como eu queria ser amiga dela. Eu vibrava cada vez que aquela mulher respondia um scrap meu no Orkut, comentava um comentário, sorria quando me encontrava. E hoje ela escreveu e publicou um lindo post pra mim (http://bichosoltoblog.wordpress.com/2011/01/28/mande-noticias-do-mundo-de-la/ ). Não tenho do que me queixar. Construí nos últimos anos uma lista de lindas amigas. Aliás, eu não posso dizer que a vida não me trouxe amigos, seria injusto com a natureza. Partilho de bons amigos ao longo da minha vida, amigas com quem vivi ainda menina e que hoje nossas filhas brincam e se conhecem, amizade mantida e cultivada mesmo com mais de 15 anos de distância e quase 1.500 kilômetros, cultivadas através de longas cartas quando ainda não existia a mensagem instantânea e o telefone era coisa de poucos; amigas de cursinho que ainda hoje nos falamos e que nossas filhas brincam, amigos amados da época da faculdade, padrinhos do meu casamento que, apesar dos poucos encontros físicos, sei que estão aí para o que der e vier sempre (assim como estou pra eles), amigos de trabalhos antigos, amigos do trabalho novo, amiga que vira sócia, amigos que viram irmãos...

Hoje eu preciso falar dessas amizades cultivadas na minha vida nos últimos anos. Algumas pessoas não acreditam na relação virtual. Eu acredito. Faço parte de um grupo de mulheres que se encontrou na internet para falar do parto normal, do direito de um nascimento digno e humanizado, de como amamentar. E esse grupo se tornou íntimo. E falavam de gestar, parir, amamentar. E um dia quiseram falar de seus relacionamentos tb, e do que era difícil nele. E, para não falar de problemas com quem esperava a alegria de um filho, foram para um espaço virtual mais reservado. E ali falaram de tudo! Falaram de seus desejos, de seus anseios, de seus medos, de seus sonhos, de seus traumas, de voar, de fincar o pé no chão, de se prender, de se libertar... E o espaço virtual se tornou tão pequeno que essas mulheres precisaram se encontrar, e quando se encontraram já eram amigas. E os laços se fortaleceram. E essas mulheres se deram as mãos segurando umas às outras, ajudaram financeiramente quando algumas precisaram, mas ajudaram todos os dias, sem preconceitos, todas aquelas que pediram socorro. E abraçaram todas aquelas que se sentiam só. E voaram com aquelas que alçaram vôo. E se deprimiram quando uma se deprimia, para se solidarizar e levantar junto. E caíram quando uma caiu, só para ficar de pé ao seu lado. E cresceram, todas elas. E hoje fazem parte da vida uma da outra.

Às vezes umas ou outras não conseguem escrever sempre, mas estão ali. Às vezes umas ou outras não podem ir aos encontros, mas estão presentes na alma. Encontros regados de vontade de abraçar o que conhece através da tela do computador, com crianças correndo pela casa, pelo parque. Com boa comiida para nutrir o corpo enquanto os sorrisos e abraços nutrem a alma de amor, encontros que mostram o quanto a vida é boa, é cheia de vida, é vida e vida.

Essas mulheres me acompanharam nos últimos anos, desde o nascimento da Sofia quando nasceu em mim uma nova mulher. Quando pude despertar a minha alma. Essas mulheres conheceram minhas entranhas, minhas estranhas dúvidas, minhas fraquezas, minhas fortalezas. Partilharam meus tombos e meu sucesso. Me afagaram concordando e discordando. E hoje tenho grandes amigas.

Em 1987 me mudei de cidade, de Barra do Garças para São Paulo, uma despedida doída, triste. Mas meus amigos permanecem comigo até hoje, 24 anos depois, e nos falamos por Orkut, por telefone, pessoalmente... Agora a vida me brindou com novos vôos. Estou me mudando depois de tantos anos aprendendo a amar São Paulo, as pessoas daqui, toda essa urbanidade quente e acolhedora. Vou em razão do trabalho arriscar novos ares, novo mundo. Paulínia é pertinho daqui, amigas lindas e queridas me esperam lá e em Barão Geraldo para mais uma etapa de mim, mas amigos também ficam aqui. E hoje eu sinto alegria por ir, e tristeza por deixar esse lugar.

Então, minha querida amiga Rê, eu sei que você está aqui. Sei que minhas amigas da lista também continuam aqui. E com vocês eu conto da mesma forma de sempre, sabendo que posso vir correr quando o mundo ficar difícil para tornar o gigante um pequeno, venho correr até vocês para chorar de tristeza, para chorar de alegria. Para dividir o medo, para dividir o sucesso. Porque, amigos de verdade, como bem disse minha querida, dividem tudo, e estão sempre um do lado do outro. E eu também estarei lá. Para vocês conhecerem minha casa, meu novo mundo, e para nos encontrarmos com as crias, a boa comida, o sorriso, a roda de violão. E, quando a saudade apertar que a gente não agüentar no coração, temos o facebook, o skype, os e-mails que disfarçam o abraço apertado que não é possível dar com 105km de distância.

Minha amiga, obrigada pelo carinho, obrigada pelo amor. Minhas amigas queridas, obrigada por estarem ao meu lado, obrigada por caminharem comigo, e por fazerem o meu mundo um lugar muito bom a se viver. Mandarei notícias do mundo de lá sempre, e, como vocês estão no meu coração, saibam que estarão comigo lá e eu aqui com vocês. Porque amizade sincera não acaba, ela floresce e multiplica...

Amo vocês! Um beijo no coração.

Ana K